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Brasil é campeão em utilização de agroquímicos

Data da Noticia 01/06/2015
Agricultura tóxica

Nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%. No Brasil, o índice é de 130%. Em 2011, as vendas de agrotóxicos alcançaram US$ 8,5 bilhões no país, 20% do mercado mundial. Nesse mesmo ano, foram utilizados cerca de 853 milhões de litros do produto apenas no território brasileiro e, há sete anos, o país é campeão em utilização de agrotóxicos. Dados como esses revelam que a agricultura enfrenta problemas e que há riscos à saúde pública, gerando uma série de discussões acerca da necessidade de banir o uso indiscriminado de substâncias tóxicas.

Para promover um amplo debate sobre a temática, a Universidade de Passo Fundo (UPF) recebeu, na manhã desta terça-feira, dia 26 de maio, o promotor de Justiça Paulo Cirne, que falou sobre “Agrotóxico – agricultura tóxica” no evento que deu início às atividades da Semana de Orgânicos. O encontro também marca a agenda municipal da Semana do Meio Ambiente, que contempla ações diversas em Passo Fundo.

Conforme o promotor, pesquisas apontam que 22 dos 50 princípios ativos utilizados nos agrotóxicos comercializados no Brasil são proibidos nos principais países do mundo. Segundo ele, a quantidade de veneno utilizada nas lavouras e em hortigranjeiros é muito grande. “Há problemas com princípios ativos que são proibidos em vários países do mundo e que aqui são permitidos. Há uso inadequado de alguns produtos para determinadas culturas, como batata, pimentão e frutas em geral, nos quais os agricultores usam sobras de agrotóxicos de outras culturas”, aponta, enfatizando que todo esse conjunto de fatores acaba ocasionando a contaminação de alimentos, do solo e da água.

 

Uma realidade tóxica

De acordo com Cirne, essa é uma matéria urgente que precisa ser revista. “Precisamos de uma atuação mais incisiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que é quem pode proibir a venda e a comercialização de um determinado produto. Precisamos de um controle maior do que se chama receituário agronômico, a receita que o agrônomo dá para que o produtor possa utilizar o produto na lavoura”, constata, destacando que, além disso, é preciso libertar-se das multinacionais, que, segundo ele, de certa forma, proíbem pesquisas que possam desenvolver agrotóxicos menos nocivos. “A Embrapa fez pesquisas nesse sentido e não conseguiu registro”, pontua.

Outro problema que preocupa é a conscientização, principalmente no uso de equipamentos de proteção na aplicação de agrotóxicos, a fim de evitar, além da contaminação ambiental, o risco à saúde. “Há uma necessidade de controle, desde a venda até a aplicação, especialmente evitando o uso de agrotóxico contrabandeado, que vem do exterior com preço menor e com princípios ativos ainda mais nocivos. Se tudo isso fosse feito, teríamos resultados graduais ao longo do tempo e condições de melhoria”, conclui.

 

Debatendo a temática

Presente no evento, a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin, enfatizou que a UPF se sente responsável em colocar o tema cada vez mais em evidência. “É uma alegria termos um grupo como o Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA), que se amplia e agrega uma série de atores para aprofundar a temática, especialmente tendo a coragem de colocá-la em discussão na sociedade. Estamos em um caminho que realmente mostra que é preciso fazer uma revisão de tudo o que está posto e é necessário pensar uma sociedade que se constrói de forma diferente”, considera, lembrando que, hoje, no campo da ciência, é possível aprofundar evidências. “Temos espaço para ouvir, refletir e produzir conhecimento sobre essa temática. Apostamos nesse campo, porque, como universidade, acreditamos que é necessário buscar espaços de potência de vida”, finaliza.

 

Semana do Meio Ambiente

Conforme a professora Elisabeth Maria Foschiera, coordenadora do Centro de Ciências e Tecnologia Ambientais (CCTAM), a Semana de Orgânicos consiste em um movimento nacional que estimula, em todo o país, atividades relacionadas à produção orgânica. “O NEA é um projeto que tem o comprometimento de contribuir com essa atividade, e nós, que compomos grupos envolvidos com a temática ambiental da UPF, acreditamos que não há outra saída se não aderir a esses alimentos orgânicos e ecológicos, em função da nossa saúde e em razão dos recursos naturais”, justifica a professora.

A UPF também participa de diversas atividades ao longo da Semana do Meio Ambiente, com ações que envolvem diferentes cursos da Instituição. No dia 27 de maio, das 8h às 12h, ocorre uma visita nas nascentes do Alto Jacuí, em atividades do Coaju. Na oportunidade, os participantes farão registros fotográficos no local, a fim de realizar uma exposição itinerante. A organização da atividade é do Coaju, em parceria com o CCTAM, e a coordenação é da professora Mariane Loch Sbeghen. Ainda, no dia 27 de maio, no auditório da Faculdade de Direito, haverá a oficina Fazendo a Lição de Casa, sob coordenação dos professores Elenise Schonardie e Rogério Silva. As atividades da Fazendo a Lição de Casa seguem de 29 de maio e 11 de junho, direcionadas a acadêmicos, funcionários e professores da UPF. Os encontros acontecem às 14h, na Faculdade de Educação, sob coordenação do CCTAM, em parceria com outros setores da Instituição.

No dia 29 de maio, às 9h, o auditório do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) sedia uma reunião ordinária do CBHPF. Na Semana do Meio Ambiente, no dia 02 de junho, às 18h, acontece o Hora biológica: utilização e bem-estar dos animais, com palestra do professor Sérgio Machado Porto, no salão de atos do ICB. No dia 03 de junho, a Faculdade de Educação terá o seu Espaço Pedagógico, que vai debater o Projeto Húmus, da Convidas. A atividade acontece às 19h30min, no auditório do Iceg, sob coordenação da professora Elisabeth Foschiera.

A Instituição também estará presente na Caminhada da Cidadania pelo Meio Ambiente, que, nesta edição, tem como mote “Abraço ao Parque da Vergueiro”. A ação ocorre no dia 06 de junho, com concentração às 9h na Praça da Mãe e, das 10h às 11h30min, ocorre uma caminhada até o Parque da Vergueiro, passando pela  Avenida Brasil, Rua Teixeira Soares, Rua Thomé Mendes. Neste dia, às 9h, também será realizada a feira ecológica denominada de “Vamos abraçar o alimento saudável”, na Praça da Mãe, local de concentração da caminhada. Além dessas, outras atividades serão desenvolvidas por entidades em espaços públicos e nas escolas.



Todas imagens
  • Autor: Rádio Sananduva
  • Imagens: Internet

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