Foram expedidos pela Justiça na tarde desta sexta-feira (7), os alvarás de soltura para cinco das seis pessoas presas por envolvimento na fraude do leite na região Alto Uruguai, na 8ª fase da Operação Leite Compen$ado do Ministério Público gaúcho, desencadeado no dia 13 de maio deste ano, quando foram recolhidos ao sistema carcerário local.

A operação investigou um casal proprietário da Transportadora Odair Ltda., três motoristas da empresa, que participavam ativamente da adulteração, um responsável pelo laboratório da Coopasul, bem como o próprio o Presidente da Cooperativa, que recebia as cargas de leite adulterado e as dava destinação final, a partir da diluição de leite velho com o leite bom.

As investigações mostraram ainda que o transportador lançou na conta de uma produtora rural até o triplo do leite coletado, o que “disfarçaria” o aumento no volume do leite a partir da adição de água. Foi indicado, inclusive, um escritório de contabilidade para regulamentar o imposto de renda da produtora.

Em Campinas do Sul haviam sido presos preventivamente, o presidente da Coopasul, Ariel Paulo Narzetti, que permanecerá preso, o proprietário da Transportes Odair Ltda, Odair Melatti, o laboratarista responsável da Coopasul, Douglas Bonfante, três caminhoneiros,Vilmar Bonfante, Ezequiel Sakrezewski e Franciel Lazari, todos recolhidos ao Presídio Estadual de Erechim. Além deles, três envolvidos receberam prisões cautelares: a esposa de Melati, Delair Salete Bolis Melati,o contador da empresa,Hélio Bortolomeu Marengo, da cidade de Jacutinga e a produtora ruralLídia Bucior Poganski, que também não foi presa.

Deixarão a prisão nesta sexta-feira, Franciel José Lázari, Odair Melatti, Vilmar Bonfante, Douglas Bonfante e Ezequiel Ivan Sakrczewski.

A ação foi desencadeada após cinco meses de investigações realizadas pelas promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor do Ministério do Público gaúcho que já havia prendido outras 21 pessoas na 7ª fase da operação Leite Compen$ado em cidades do Alto Uruguai, que teve ainda a participação da Brigada Militar (BM), Receita Estadual, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério Público (MP) de Santa Catarina. A Operação em todas as suas edições visou desarticular a fraude do leite em várias etapas da cadeia produtiva, desde a produção, até os postos de resfriamento.

De acordo com o promotor de Justiça, Mauro Rockenbac, quando da 8ª fase da Operação, a ação foi desencadeada conforme investigações, quando foram elaborados 39 laudos pelos laboratórios da Univates e da Alac, credenciadas pelo Mapa, que apontaram que houve fraude por adição de água pelos leites Cruz Refrigerados, entregues pelo Transportes Odair Ltda e recebido pela Cooperativa de Pequenos Agricultores de Campinas do Sul (Coopasull). Também foi detectada alteração de densidade do leite ocasionada por adição de produtos, como sal, açúcar ou amido de milho, por exemplo, acidez elevada (que indica a deterioração por micro-organismos) e adição de soro de leite para disfarçar a acidez.

Promotores Mauro Rockenbac e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho à frente da ação

• Autor: Au Oline Benhur Santin e Julio Mocellin
• Imagens: Auonline