Fazer ou saber como se faz: breve reflexão sobre o valor do trabalho.
Inquieto como sou, flagro-me refletindo a cerca da valorização do trabalho e, recorrendo às experiências verbais que acumulamos nas idas e vindas, concluo que temos por hábito subestimar o valor do trabalho alheio. É da natureza humana, por mais que tentemos coibir, o senso egoísta de "puxar a brasa para o nosso assado". Reclamamos do valor conferido ao serviço do médico, do dentista, do pedreiro, do eletricista, do contador, do jardineiro e segue a lista.
Meu argumento parte da ideia de que o pedreiro não cobra para construir tua casa, e sim por saber construí-la; o médico não cobra para te medicar, e sim por saber como deve fazê-lo. Assim é em toda e qualquer profissão: aquele que faz, sem excessão, investiu tempo, dinheiro e esforço para aprender a fazer; logo, é justo que faça o preço. Nós contratamos o serviço de alguém justamente porque esse alguém é capacitado para o trabalho, e nós não.
Corrobora com minha posição o mercado dos países economicamente mais desenvolvidos, com produtos baratos e serviços caros. Nada mais correto: produtos são matéria e serviços são o esforço, conhecimento e tempo de alguém como você.
- Autor: Gerson Dickel
- Imagens: Ilustrativa