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Grupos e bandas renomadas estão fechando as cortinas

Data da Noticia 09/01/2016
O conjunto é uma engrenagem, onde nenhum dente pode falhar

O momento difícil que vive o País, tem atingido todos os segmentos do mercado nos últimos meses. A situação se repete em Erechim, e ninguém esta a salvo dos efeitos nefastos. Pessoas desempregadas, as empregadas economizando, clubes e casas de show fechando as portas e bandas vivendo a duras penas. O cenário musical tem assustado empresários, bandas, equipes técnicas e músicos dos mais diversos segmentos. Nos últimos dias, o Grupo Rhass, Banda Doce Pecado, G.D.Ó. e tantas outras tem deixado os palcos.

O empresário artístico da empresa erechinense Os Monarcas, Gilberto Lima, tem 30 anos de experiência no ramo musical e diz que o conjunto é uma engrenagem, onde nenhum dente pode falhar. “Da equipe técnica até a venda é preciso que tudo ocorra harmonicamente. Sem contar que o grupo necessita de qualidade de som. Muitos grupos não saíram da verga, como diz o ditado. Acredito que o segredo seja nunca pular para outros estilos”, salientou. Ainda disse que o segredo é persistência. “A música gaúcha demora a entrar nas rádios. Visito as pessoas, entrego o trabalho de mão em mão, é um trabalho formiguinha”, afirmou Gilberto.

 

É preciso entender que banda é banda, gaúcho é gaúcho e sertanejo é sertanejo

Jorge Lanfredi dedica-se exclusivamente a divulgação e venda da banda Passarela. Lanfredi fala que a banda é como qualquer outra empresa que está passando por um momento difícil. “O mercado é instável, muitos estão cheios de dívidas. O sertanejo universitário veio para ficar e muitas bandas acharam que com modismo iam permanecer no mercado. É preciso entender que banda é banda, gaúcho é gaúcho e sertanejo é sertanejo. Não desmerecendo ninguém, muitos grupos não têm músicas próprias, precisam migrar para outros estilos e isso não tem dado certo. Grandes amigos e parceiros estão deixando os palcos, isso é muito triste”, comentou.

 

Um baile é bom e promissor e outro dá medo de sair de casa

O Diretor Administrativo do grupo Chiquito e Bordoneio, Alexandre Alves Corrêa, listou alguns dos fatores que afetaram o mercado da música. Acredita que depois da tragédia da boate Kiss em Santa Maria, a situação do mercado musical se afunilou. “Em meio a regulamentações, exigências e adequações, muitas casas de show acabaram fechando as portas por falta de dinheiro para investimento”, apontou. Ainda comentou que outro fator é a dificuldade de se manter no mercado. “Hoje, para sair de casa é preciso desembolsar R$ 2,5 mil entre óleo diesel, comida, motorista, funcionários e demais despesas. A margem de lucro diminuiu muito, assim como o público de baile. As casas não conseguem mais pagar o cachê das bandas. Estamos sempre lidando com a sorte. Um baile é bom e promissor e outro chega a dar medo de sair de casa. As pessoas tem muitas alternativas, baile do Chiquito e Bordoneio, do Passarela, show com Bruno e Marone e tantos outros. Muitas bandas ainda vão fechar, essa é a realidade”, afirmou. Corrêa ainda disse que é preciso profissionalização dos grupos. “Hoje não se pode mais brincar de ter banda de tocar baile”, finalizou.

 

Anos de estrada e sonhos encerrados

Depois de onze anos de estrada, o Grupo Rhaas de Toledo/PR, anunciou o encerramento. A decisão foi de comum acordo com todos os integrantes e empresário, não houve qualquer tipo de desavença diz o grupo. A banda G.D.Ó encerra suas atividades neste mês. A banda comentou que o motivo é a perda no INPI (marcas e patentes). Os mesmos foram informados de forma Judicial que não poderiam mais usar o nome, sendo assim, o diretor resolveu encerrar as atividades. O mesmo aconteceu com a banda Doce Pecado, que no início desta semana anunciou o encerramento dos trabalhos.A banda Doce Pecado por 12 anos realizou grandes trabalhos e agora coloca a disposição os nomes dos componentes a quaisquer grupos interessados em contratá-los.

 

Valorização de estilos musicais de outros Estados

Em conversa com divulgadores dos trabalhos das mais diversas bandas, os relatos são parecidos. A Fan Page dedicada para bandas e grupos de baile do Sul, valorizando sempre a cultura gaúcha e germânica, Bandas do Sul (Pop Sul), comentou que a crise está fazendo com que muitas empresas deem adeus aos palcos. “Muitas são as pessoas desempregadas e as empregadas estão economizando, deixando de frequentar bailes e festas, obrigando aos clubes a fechar suas portas ou contratar bandas bem mais baratas. Enquanto alguns cobram R$ 5 mil, outros tocam por mil. Sem contar que as pessoas passaram a valorizar estilos musicais de outros estados, forró e sertanejo. As nossas bandas ainda sofrem o preconceito de ser bandinha”.

 

Grupos e bandas renomadas estão fechando as cortinas

A Bandanejotchê é o maior palco MP3 do sul do País, com mais de um milhão de músicas para serem baixadas na internet e salienta que muitos grupos e bandas renomadas estão fechando as cortinas dos palcos da vida. “Bandas de expressão estão abandonando a vida musical, pois na hora de finalizar um contrato cobram pouquíssimo, agem como bandas iniciantes. Muitos perguntam: o que está acontecendo com as bandas do sul? Eis a resposta, falta administração. Já vi bandas cobrando R$ 1.500 a 2.000, sendo que tem 13 funcionários. Sem contar os gastos com manutenção de ônibus, lanche para os músicos e equipe técnica. O que sobra? Nada! Inúmeras vezes, músicos e equipe técnica saem de mãos abanando, sem um centavo no bolso”, finalizou.



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  • Autor: BV Online/Carla Emanuele
  • Imagens: Ilustração/Internet

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