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Polícia combate facção que investia em iluminação, calçamento e lazer para aumentar venda de drogas

Data da Noticia 04/12/2018
Operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira em oito bairros de Viamão.

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (4), nova operação contra o tráfico de drogas na região metropolitana de Porto Alegre. Além de fechar 50 pontos de venda de entorpecentes e de desarticular um grande esquema criminoso montado em Viamão, cerca de 200 agentes também tiveram como objetivo reforçar a presença do Estado nas regiões onde traficantes estavam agindo.

Conforme a investigação, para atrair mais usuários, os criminosos passaram a comprar lâmpadas para iluminar as vias, melhorar o calçamento, arrumar praças, construir quadras de futebol, bem como fazer outras melhorias para aumentar o movimento na comunidade e despistar a compra e venda de drogas. Teriam sido feitos também investimentos no comércio local, como lancheria, bar com música ao vivo e em uma unidade de reciclagem de lixo.

A polícia, com apoio do canil e de um helicóptero, cumpre 12 mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão em oito bairros da cidade. Até as 9h, 13 pessoas foram presas.

Investigação

Segundo investigação de seis meses da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), uma facção criminosa que tem base no Vale do Sinos se aliou a um grupo presente em oito bairros de Viamão – mas que atua também em outros municípios –, para comandar a venda de drogas nestas localidades e ainda para evitar o avanço de rivais. 

Os dois suspeitos apontados como líderes do esquema são irmãos: Robson Juliano Benedik, preso em julho, em Santa Catarina, e Carlos Antônio Benedik, foragido há dois anos.

O delegado Thiago Lacerda, da 2ª Delegacia do Denarc, diz que os mandados judiciais foram cumpridos justamente nos bairros onde os traficantes agiriam: São Lucas, Viamópolis, Santo Onofre, Vila Orieta, Sepé Tiaraju, Recanto da Lagoa, Parque Jaguaribe e Vila Martinica.

Além das prisões, os policiais também apreenderam entorpecentes, armas e dinheiro, bem como fecharam depósitos de drogas para enfraquecer a ação criminosa nestas localidades.

"Investimentos"

O diretor de Investigação do Denarc, delegado Mario Souza, diz que o inquérito comprovou a compra de lâmpadas, pelo valor de R$ 250, além dos constantes alertas que os supostos líderes faziam para que os pontos de venda não ficassem em locais escuros e de difícil acesso. Por isso, também foi providenciado calçamento no entorno das chamadas boca de fumo, tanto para usuários de drogas, quanto para moradores. 

Estes últimos passaram a contar ainda com melhorias em algumas quadras de futebol e praças. Os traficantes investiram também em bares, lancherias, inclusive com telentrega – que a polícia apura se também servia de fachada para o transporte de entorpecentes –, e na reciclagem de lixo em um dos bairros onde a facção agia.

Neste caso, a polícia comprovou que o objetivo dos investigados era fomentar o tráfico. Segundo apuração, a mesma pessoa que fosse levar a sucata para este estabelecimento, poderia usar o dinheiro obtido com a venda dos materiais na compra de drogas ou no comércio local.

— Eles estavam investindo inicialmente em infraestrutura, agindo como um grupo empresarial, para lucrar posteriormente nos vários ramos de atividade, desde os pontos de venda de drogas aos bares. Mas o lucro também era obtido no lazer dos vendedores e dos moradores, através de praças e canchas. Não porque são bonzinhos, mas porque o movimento disfarçava o tráfico — diz Souza.

A operação recebeu o nome de Coringa, devido ao apelido de Robson Benedik, que está preso.



Todas imagens
  • Autor: GaúchaZH
  • Imagens: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

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