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UFFS 10 anos: sobre números, histórias e impactos

Data da Noticia 16/09/2019
Conheça a quantidade de projetos desenvolvidos e a trajetória de pessoas que realizaram o sonho de entrar em uma universidade pública

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) completou, no dia 15 de setembro, 10 anos. É difícil mensurar o que a educação pública de nível superior representa para cada pessoa atendida pela Instituição em todos esses anos. É questionável falarmos em “impacto” quando estamos nos referindo a algo tão singular como a educação. Alguns números, no entanto, sinalizam o que a UFFS já fez se considerarmos apenas o Campus Erechim.

Atualmente o Campus tem 1.673 acadêmicos em nove cursos de Graduação: Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Engenharia Ambiental e Sanitária, Filosofia, Geografia, História, Interdisciplinar em Educação do Campo e Pedagogia. Mais de 88% destes estudantes são oriundos de escolas públicas – e aí está, talvez, um dado revelador do que a UFFS representa.

Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia, Érica Toledo é parte deste recorte. Natural de Estação-RS, ela estudou em uma escola pública. Chegou a entrar em uma universidade particular e, por isso, sabe bem o que é ter que pagar para ter um nível de formação a mais. “Eu tinha uma dificuldade muito grande em ter que pagar pra estudar, pagar mensalidades”, recorda. Quando ficou sabendo que havia uma Universidade Federal (UF) perto de sua cidade, as coisas mudaram.

“Quando surgiu a oportunidade de fazer o Enem e me inscrever depois no Sisu, eu fui com a cara e o coração”, lembra a futura pedagoga. “Não dá pra explicar o que é ter a UFFS praticamente ao lado da minha casa. Sempre imaginei as Universidades Federais (UFs) como algo inatingível, que demandaria a mudança para outra cidade, provavelmente uma capital, fazendo toda uma revolução na minha vida pra conseguir me manter depois. Hoje eu consigo estudar e trabalhar, e continuo morando em Estação. Venho e volto para a UFFS todos os dias.” E sabe o que a Érica mais deseja para o futuro? “Eu torço para que o número de estudantes de escolas públicas na UFFS cresça cada vez mais. Vendo a qualidade do ensino que tem aqui, espero que mais pessoas tenham a oportunidade que eu tenho hoje.”

O acadêmico de Agronomia Ricardo Martins Júnior ratifica o que Érica diz. “A ideia de dar mais espaço para quem veio de escola pública é muito boa. São pessoas que geralmente têm a renda mais baixa e não tiveram a oportunidade de estudar em uma escola particular”, reflete. “É uma economia, né? É muito benéfico. Ter uma UF perto da minha cidade de origem é melhor ainda. Não preciso me deslocar tanto, não fico longe da família”, pontua Ricardo, que é natural do município de Lagoa Vermelha.

 

Pesquisa e Pós-Graduação

Mas o acesso ao Ensino Superior público que a UFFS proporciona é só uma das diversas vertentes da Instituição. A produção científica desenvolvida auxiliou a colocar Erechim no mapa da pesquisa nacional e, às vezes, até internacional. Em 10 anos de existência, o Campus Erechim teve 538 projetos de Iniciação Científica e Tecnológica. O Ricardo, por exemplo, participa de um grupo de pesquisa sobre manejo sustentável dos sistemas agrícolas. “Participar do grupo me auxilia a praticar o que aprendo em sala de aula. Isso sem falar que todo semestre tem alguém do grupo publicando artigo em algum periódico científico”, conta.

A UFFS também é responsável pelos primeiros mestrados de uma instituição pública em Erechim. Considerando os três primeiros cursos que foram criados (Ciência e Tecnologia Ambiental, Interdisciplinar em Ciências Humanas e Profissional em Educação), 129 acadêmicos foram diplomados. Há também o Mestrado em Geografia, em parceria com o Campus Chapecó e que está no seu primeiro ano. Cursos de Especialização também foram ofertados: totalizam 171 acadêmicos diplomados.

O agrônomo Adilson Rezende sabe bem o que é estudar em uma Universidade Federal. Na época em que foi buscar uma Graduação, teve que se mudar para Pelotas, onde ingressou na UFPel. Detalhe: Adilson morava em Vanini, mais de 500 km distante de Pelotas. Já graduado e de volta para a região, soube do Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental ofertado gratuitamente pela UFFS. “Fiquei sabendo da qualidade do ensino e também da infraestrutura. O que me motivou a estar aqui, também, foi o fato de ser uma Universidade Federal, perto de onde eu moro. Nunca imaginei que poderia cursar um mestrado em uma UF. Penso que foi um grande ganho para toda a comunidade regional”, comenta.

 

Extensão

Em outra ponta do que é desenvolvido pela UFFS, há a Extensão: em todos esses anos, o Campus Erechim desenvolveu 332 programas e projetos extensionistas, fazendo a Universidade atuar de forma ainda mais próxima da comunidade. Os exemplos são vários: formação continuada de professores da rede básica, oficinas para estudantes de escolas públicas da região, ações de assistência técnica, só pra citar alguns exemplos.

Aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo, Thaís Camargo ingressou em um projeto de extensão ainda no primeiro ano da Graduação, em 2015. O projeto auxiliou na requalificação acústica e climática de escolas públicas de Erechim, beneficiando a comunidade local. E olha que a Thaís nem é da região: veio de Campinas-SP.

“No interior de São Paulo há três universidades estaduais muito renomadas. Eu fui saber da UFFS só no Sisu. Pesquisei sobre a Instituição e me admirei com a qualidade do curso de Arquitetura e Urbanismo”, conta.

Sobre a qualidade dos cursos da UFFS nós falaremos mais adiante. Por enquanto, vamos contar que além da atuar na extensão, a Thaís também participou de um projeto de cultura, o Sinfonia na Cidade. Sim: a UFFS é uma universidade que, além de pensar no Ensino, na Pesquisa e na Extensão, também faz sua contribuição para o desenvolvimento cultural. De 2013 a 2019, foram 56 projetos de cultura desenvolvidos só no Campus Erechim.

Ah, e tem mais: a Thaís, como gosta de viver tudo o que a UFFS proporciona, ainda cursou um semestre da Graduação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), através de um programa de mobilidade da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Quer conhecer os projetos que a UFFS – Campus Erechim desenvolve? Acesse https://www.uffs.edu.br/campi/erechim e depois, no menu à esquerda, clique em Programas e Projetos.

 

Qualidade

A qualidade dos cursos de Graduação da UFFS pode ser verificada sob diversos aspectos. Primeiro, pela formação do corpo docente. O Campus Erechim tem 124 docentes efetivos. Destes, 95 possuem Doutorado, sendo que 18 já fizeram Pós-Doutorado. Neste semestre 2 professores estão fazendo estágio Pós-Doutoral. Os demais 29 professores têm Mestrado, sendo que 24 estão em fase de doutoramento.

Os conceitos dos cursos também se destacam. Vamos aos números:

 

Agronomia

Nota no Enade: 5

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Arquitetura e Urbanismo

Nota no Enade: 4

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Ciências Sociais

Nota no Enade: 3

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Engenharia Ambiental e Sanitária

Nota no Enade: 3

Conceito preliminar de curso: 3

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 3

 

Filosofia

Nota no Enade: 2

Conceito preliminar de curso: 3

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Geografia

Nota no Enade: 4

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

História

Nota no Enade: 3

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza

Para este curso ainda não há nota do Enade nem conceito preliminar.

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Pedagogia

Nota no Enade: 4

Conceito preliminar de curso: 4

Conceito de curso (avaliação in loco do MEC): 4

 

Há muito a ser dito sobre o que a UFFS representa para cada sujeito que por ela passa. Os números elencados apontam só um pequeno espectro do que o Campus Erechim é. Não há como descrever o que sentem as pessoas com deficiência que entram na UFFS e encontram setores criados justamente para dar o suporte de que precisam. Não há palavras para descrever o que sentem os haitianos que puderam entrar na UFFS graças ao PROHAITI, ou, ainda, os indígenas que têm um processo seletivo voltado exclusivamente para este público.

Trata-se de um caminho exitoso, conforme diz o diretor do Campus, Luís Fernando Santos Corrêa da Siva. “Conseguimos provar que é possível construir uma universidade popular com alta qualidade de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura. Aliás, os indicadores do Campus Erechim demonstram que nossa contribuição para o desenvolvimento do Alto Uruguai gaúcho não se restringe à formação em nível de Graduação, visto que realizamos centenas de projetos de Pesquisa e Extensão, além de termos criado os quatro primeiros mestrados gratuitos da história da região”, destaca. “Nos próximos anos precisaremos ampliar nossa atuação nos mais diversos âmbitos formativos. Também será fundamental defender o financiamento público da Educação Superior como única forma capaz de manter a universidade como espaço democrático, inclusivo e de qualidade”, completa o diretor.

A Érica, o Ricardo, a Thaís e o Adilson conseguiram ingressar em uma Universidade Federal no interior do Rio Grande do Sul. O objetivo, agora, é garantir que as próximas gerações tenham a mesma oportunidade que eles tiveram.

F1: Érica, acadêmica de Pedagogia: sonho de entrar em uma universidade pública foi realizado (Créditos: Wagner Lenhardt/Divulgação/UFFS)

F2: Ricardo, acadêmico de Agronomia, é um dos diversos alunos que participam de grupos de pesquisa

F3: Adilson (no centro, de jaqueta azul e vermelha): ingresso no mestrado garantiu a continuidade dos estudos

F4: Thaís: atuação em projetos de extensão e cultura auxiliam na sua jornada acadêmica

Enviamos também uma montagem com as quatro fotos.



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  • Autor: Ass de Imprensa UFFS
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