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As meninas criticam a desigualdade social em “Xibom Bombom”

Data da Noticia 10/03/2017

Coisas que não vemos mais atualmente. “As Meninas” foi um grupo famoso de Axé, que teve seu ápice de sucesso no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, e emplacou seu maior sucesso até hoje, a música “Xibom Bombom”, que recebeu diversas versões em várias línguas diferentes, e no ano de 2016 teve uma nova versão em português cantada pelo músico Lulu Santos.

 

A música tem forte influência direta do marxismo (sistema político baseado nos ideais de Karl Marx e Friedrich Engels), e também conta com influência de Chico Science, mais precisamente da letra da música “A Cidade”.

 

Analisando  

Essa cadeia hereditária  

Quero me livrar  

Dessa situação precária...

 

A autora percebe que sua condição social, passada de geração em geração não é das melhores e então tenta se desvencilhar dela.

 

Onde o rico cada vez  

Fica mais rico  

E o pobre cada vez  

Fica mais pobre

 

E o motivo todo mundo  

Já conhece  

É que o de cima sobe  

E o de baixo desce  

E o motivo todo mundo  

Já conhece  

É que o de cima sobe  

E o de baixo desce...

 

Nesse trecho, As Meninas citam claramente a teoria da Mais-valia de Karl Marx, em que o sistema capitalista trabalha apenas para obter lucros. E esses lucros ficam sempre nas mãos de poucos, os proprietários das fábricas, das empresas. O empregado fica sempre renegado a uma mínima parcela dos lucros em cima dos produtos que ele mesmo produz. Sendo assim, o rico sempre fica cada vez mais rico e o pobre cada vez mais podre. Isso só aumenta a luta de classes, fazendo com que o de cima sempre suba enquanto o de baixo sempre desça, gerando conflitos sociais. Xibom Bombom é uma chamada para refletir sobre essa posição.

 

Bom xibom, xibom, bombom!  

Bom xibom, xibom, bombom!  

Bom xibom, xibom, bombom!  

Bom xibom, xibom, bombom!

 

Mas eu só quero  

Educar meus filhos  

Tornar um cidadão  

Com muita dignidade  

Eu quero viver bem  

Quero me alimentar  

Com a grana que eu ganho  

Não dá nem prá melar

 

A letra retrata a vida de um cidadão da classe média brasileira, que almeja coisas simples como educação, e maior qualidade em sua alimentação diária, porém o baixo salário da maioria dos brasileiros é insuficiente para isto.

 

Essa música reúne em poucos parágrafos uma quantidade enorme de informações sobre filosofia, história, sociologia, ciência política, antropologia, psicologia, economia, e comunicação. Tudo isso reproduzido inúmeras vezes na televisão do povo brasileiro todo domingo. Uma crítica escancarada à nossa sociedade, mas que por muitos não foi percebida.

 

João Dalbosco. 24 anos, estudante de história, músico e amante da literatura.

 



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  • Autor: João Dalbosco
  • Imagens: Internet

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