Em meio à pandemia, uma pergunta segue sem respostas.
As estatísticas da pandemia seriam essenciais, se fossem confiáveis; esse é um fato negligenciado até agora. E essa imprecisão nos dados é determinante para a disseminação do pânico e a avalanche de políticas equivocadas (a nível mundial). Meu argumento se baseia em dois pilares: a gigantesca subnotificação dos casos e o registro indiscriminado de mortes.
Considerando que a Covid-19 é assintomática ou apresenta sintomas leves em grande parte dos infectados, e que é inviável submeter toda a população a testes periódicos, é lógico supor que o número oficial de casos represente uma fatia muito pequena do número real de infecções. Isso é determinante para que a letalidade seja extremamente superestimada. Esse é o primeiro ponto, que influencia de forma decisiva as políticas de contingência adotadas. Em tese, não se tomariam as mesmas medidas contra uma doença com letalidade igual ou inferior a 1% (é a estimativa mundial, considerando a subnotificação de casos).
Porém, a pergunta que não se faz - mas precisa ser feita - é: para a contabilização dos óbitos, faz-se a diferenciação entre mortes por Covid-19 e mortes com Covid-19? Quando um indivíduo portador de várias doenças graves testa positivo para o vírus, e vai a óbito em seguida, verifica-se qual foi a enfermidade que efetivamente provocou a morte? Ou entra automaticamente para as estatísticas de Covid-19? Eis uma pergunta que segue sem resposta, comprometendo a compreensão da nova doença e pondo em suspeita as estatísticas oficiais da pandemia.
Gerson Dickel, nascido em 21/01/1997, em Viadutos, é graduado em Letras - Português e Espanhol, pela FAEL. Trabalha desde 2014 na Comunidade FM, onde atua como locutor, produtor, repórter e redator.
- Autor: Gerson Dickel
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