Fazer agricultura é um ato de fé.
Entendo que fazer agricultura é, sobretudo, um ato de fé. Semear a terra é mais que uma tarefa, é um voto de confiança no clima, no mercado, enfim, no imponderável. Agora, em tempo de estiagem, o cenário é desolador. Afinal, quando olhamos para uma lavoura, não vemos apenas plantas sofrendo a falta de chuvas, vemos a preocupação de quem fez pesados investimentos em sementes e insumos de qualidade e, acima disso, dedicou dias e dias de trabalho árduo, de sol a sol.
Por isso digo que agricultura e fé andam de mãos dadas. Ao realizar o plantio, o agricultor confia que haverá chuva na germinação, chuva no desenvolvimento, chuva na floração e a ausência dela na colheita. Confia ainda no bom funcionamento do maquinário e em preços justos para o produto. De todas essas variáveis, principalmente do fator clima, depende o sucesso ou o fracasso da safra, e isso contribui de forma decisiva para o fenômeno migratório denominado "êxodo rural".
Da fé que o agricultor possui, todos devem compartilhar, por tudo o que o setor representa em termos de suficiência alimentar e econômica para nosso país. Que venha a chuva.
- Autor: Gerson Dickel
- Imagens: Ilustrativa