Português: língua que se perde.
Nossa língua é ''assassinada'' até onde menos se espera (testemunho isso diariamente). Em jornais, na internet, em comunicados, editais e em toda forma de comunicação escrita que se possa imaginar, lá estão os erros dificultando a compreensão do interlocutor. Eis a questão: comunicação não é o que o emissor expressa, e sim o que o receptor compreende. Nisso se constitui o perigo dos chamados ''ruídos de comunicação''.
Antes de prosseguir com minha argumentação, devo esclarecer que me refiro a situações formais de comunicação, estabelecidas quase sempre através da escrita. Em contextos informais, a supressão da norma padrão é inevitável e a não aceitação disso constitui preconceito linguístico. O contexto comunicativo deve nortear nosso uso da língua, para que a mensagem seja transmitida de forma eficiente e apropriada. Para ilustrar, imaginemos o seguinte exemplo: um advogado não utiliza em casa a mesma linguagem que emprega no tribunal. Muda a situação ou o ambiente, muda-se a linguagem.
A ambiguidade não se dá tanto pelos erros ortográficos, pois o conjunto geralmente permite a compreensão da unidade comprometida. O perigo do mau uso da língua consiste na falta de coerência e coesão textual. Na língua portuguesa, a colocação imprópria de um termo possui o potencial de gerar ambiguidades catastróficas. Pelo uso incorreto, qualquer termo pode perder a função para a qual foi designado e assumir outro sentido.
Agora, se já não bastassem os miseráveis investimentos em educação, os apllicativos de interação e as redes sociais resumem nossa belíssima língua num amontoado de abreviações lamentáveis. Cuidemos de nossa língua materna, ela diz tudo sobre nós.
Gerson Dickel, nascido em 21/01/1997, em Viadutos, é locutor, repórter, redator e colunista da rádio Comunidade FM. Cursa graduação em Letras – Português e Espanhol pela FAEL (Faculdade Educacional da Lapa).
- Autor: Gerson Dickel
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