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Agroindústrias Familiares proporcionam autonomia e empoderamento às mulheres

Data da Noticia 01/09/2015

As agroindústrias familiares se destacam cada vez mais no cenário rural pela contribuição social, econômica, ambiental  e cultural nos locais que estão presentes.  No Rio Grande do Sul são 2445 cadastradas no Programa Sabor Gaúcho. O protagonismo dos pequenos empreendimentos vai desde o estímulo às economias locais, a geração de renda das famílias, contribuição na sucessão rural,  cuidado com o ambiente até o resgate das culturas locais. Mas além disso, um fato que se destaca nesse contexto é o empoderamento feminino, proporcionado pelos empreendimentos familiares.   As mulheres desempenham papel fundamental nas agroindústrias e conquistam cada vez mais autonomia, autoestima e reconhecimento. Muitas delas, inclusive, mudaram o rumo de suas vidas em função dos empreendimentos familiares. Esse é o caso das irmãs Alexandra e Cátia Longo da Agroindústria de doces e panificados “Cuore Dolce”, de Viadutos. Depois de quase 10 anos trabalhando na cidade, em uma grande indústria, elas largaram tudo e voltaram para a casa dos pais, impulsionadas pelo desejo de fazer a sucessão na propriedade, que seria arrendada em função da falta de mão-de-obra. Incentivadas pelo Poder Público do Município, as moças, que são Técnicas em Alimentos, iniciaram com uma pequena produção de bolachas e biscoitos para a merenda escolar local. O negócio deu tão certo que a produção inicial de 50 quilos por semana saltou para 600 nos dias atuais.  As irmãs se envolvem em todo o processo de produção além de realizarem a gestão, a rotina administrativa e as vendas da agroindústria.

 

Para Cátia e Alexandra, a agroindústria foi o ponto de partida para uma nova vida. “Hoje a gente faz o que gosta, conseguiu melhorar a propriedade dos pais e garantir autonomia financeira”, conta feliz e com brilho nos olhos a jovem Alexandra, de 31 anos.  Cátia revela um desejo: transformar a propriedade para o turismo rural e oferecer os produtos da agroindústria em cafés coloniais para os visitantes.

 

As irmãs Longo que participam pela primeira vez da Expointer afirmam que foi preciso quebrar muitos paradigmas, ainda típicos do campo em relação à questão de gênero. “Tivemos dificuldades por sermos jovens, mulheres e solteiras. Ninguém acreditava que a gente ia tocar a propriedade e a agroindústria sozinhas. As pessoas pensam que a mulher é frágil. Os próprios bancos não queriam nos dar crédito pelo fato de sermos mulheres e solteiras. Mas hoje provamos que as mulheres conseguem o que querem” falam entusiasmadas as irmãs.

 

Realidade semelhante foi vivenciada pela empreendedora familiar Miriam Costa, da agroindústria Figueira do Prado, de São Lourenço do Sul. Depois de muitos anos trabalhando na cidade, ela retornou ao campo, com o filho, para ajudar os pais. Uma pequena horta orgânica na propriedade da família foi o início de tudo. Apoiada pelo Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa) Miriam começou a participar de um grupo de produtores orgânicos.  No ano de 2000, através de incentivos do governo estadual, eles começaram a fornecer produtos para a merenda escolar local e logo a empreendedora fundou a agroindústria. Com o passar do tempo, os sucos orgânicos e depois as geleias foram incorporados ao leque de produtos. Em 2004 o empreendimento já estava legalizado e proporcionando independência financeira para a empreendedora que mudou de vida a partir de uma pequena horta.  “Se não fosse a agroindústria, hoje eu estaria trabalhando na cidade, atrás de um balcão. Hoje eu faço o que gosto e tenho retorno financeiro. Além disso, ofereço um produto saudável e que faz bem para a saúde” fala empolgada Miriam que faz a gestão do negócio, as feiras, e também ajuda na produção. Atualmente, além dela, o filho, de 23 anos, ajuda no empreendimento e garante a sucessão da agroindústria que oferece sucos, geleias e doces orgânicos.

 

A conquista da independência financeira e possibilidade de ser gestora do próprio negócio são elencados pela artesã Janice da Silva Souza, do Artesanato Minuano, de Caçapava do Sul, como benefícios de estar à frente do empreendimento familiar. O pequeno negócio surgiu em 2003 quando ela, que era dona de casa, e o marido, então pedreiro, decidiram resgatar a cultura da família no trabalho com lã. Janice que faz feiras e ajuda na gestão e produção conta que hoje possui mais liberdade. “Antes eu dependia da renda do meu marido, hoje dividimos tudo, e isso com certeza mudou e melhorou minha vida” diz ela.  A família que participa pela segunda vez da Expointer, produz aproximadamente 2 mil peças de lã por ano. A renda das mantas, casacos e palas garante a autonomia financeira dos Souza que ainda contam com a ajuda de um dos filhos no processo produtivo.



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  • Autor: FETRAF-SUL - Fabiane Altíssimo
  • Imagens: FETRAF-SUL - Fabiane Altíssimo

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