A soma dos cortes no orçamento do governo federal, dividido em duas partes, já é de R$ 78,5 bilhões. Na quarta-feira, junto com a redução da meta fiscal, que caiu R$ 57 bilhões, foi anunciada a segunda fatia do contingenciamento.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que os cortes devem ser lineares, mas ainda não revela quais ministérios serão os mais atingidos. Em maio, a contenção de R$ 69,9 bilhões afetou os orçamentos de todas as pastas, reduzindo, e muito, a possibilidade de investimentos.

A meta inicial de economizar 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar juros de dívidas da União agora é de 0,15%. Uma redução brusca que mostra que o governo não foi capaz de cuidar das próprias contas.

Levy atribui a queda à diminuição das receitas do semestre e avisa que gastos não estão liberados. Aí é que mora o perigo: se o comportamento do segundo semestre for o mesmo do primeiro, o Executivo fechará o ano devendo.

Na pior das hipóteses o déficit primário pode chegar aos 17,7%, o que significa PIB pequeno e inflação alta. Este cenário, caso seja confirmado, pode rebaixar avaliação do Brasil pelas agências de risco que servem de consulta ao mercado internacional. 

• Autor: Rádio Gaúcha
• Imagens: Agência Brasil