Cpers entra com representação contra Sartori por improbidade administrativa
Sindicato dos professores questiona gastos do governo com propaganda
A direção central do Cpers/Sindicato ingressou com uma representação no Ministério Público (MP), nessa segunda-feira, contra o governador José Ivo Sartori (PMDB) por ato de improbidade administrativa. A entidade solicitou a instauração de inquérito civil público. Segundo a presidente do sindicato, Helenir Schürer, o governo alega que não possui dinheiro para realizar o pagamento do salário dos servidores mas, nos últimos meses, gastou um valor significativo com propaganda.
“Nós temos uma liminar do Judiciário que proíbe o governo de parcelar salários da nossa categoria e continuou parceland, mas faz um investimento pesado em propaganda. Queremos esclarecimento: como é possível um governo dizer que não tem dinheiro para pagar nosso salário em dia, mas tem dinheiro para aplicar em propaganda. Então, nós ajuizamos nessa segunda e vamos aguardar o posicionamento da justiça”, relatou Helenir Schürer.
Segundo o Cpers, ao não pagar a remuneração mensal dos servidores, além de violar a Constituição Federal e a Estadual, o governo também descumpre ordens do Poder Judiciário, o que configuraria ato de improbidade do governador, pois existe decisão liminar que determinou a proibição do parcelamento de salários.
“Estamos diante de situação inaceitável: a Administração Pública opta por investir em campanhas publicitárias com conteúdo diverso daquele permitido na Constituição em detrimento do pagamento da verba alimentar dos seus próprios servidores. Tal situação burla à previsão constitucional dos gastos em campanhas publicitárias, justamente no momento de suposta retenção de gastos e crise financeira”, lamentou Helenir.
Sobre os atrasos salariais ocorridos desde março de 2015, o Cpers chamou de “terrorismo” o que o governo do Estado vem fazendo ao não garantir se a cada mês será possível pagar os professores. A entidade também apontou que o atraso sistemático dos salários causa prejuízos irreparáveis aos servidores públicos.
- Autor: Correio do Povo
- Imagens: Caco Argemi / Site Cpers / CP