Inglês, espanhol ou português?
O contexto linguístico que nos cerca.
A possível exclusão da língua espanhola da grade curricular da educação básica me faz pensar no lamentável histórico brasileiro de importação cultural. Afinal, qual é a dificuldade em valorizar nossa língua, tão rica e bela?
Faça uma pausa e pense em todas as palavras inglesas que usamos no dia a dia, como se fossem parte da língua portuguesa. Não são! O povo brasileiro adquiriu a mania de usar termos estrangeiros para tudo quanto for possível, dando a entender que tal língua é superior à nossa. Não é! Antes, a língua brasileira é muito mais complexa e completa que a língua inglesa, sendo assim a única que pode suprir nossas necessidades comunicativas.
Não importa se o inglês é o idioma mais falado no mundo; nós não somos o mundo, nós somos o Brasil. Temos nossas realidades, veios culturais e diversidades. Devemos nos orgulhar disso. Preste atenção nas propagandas, nas marcas e slogans em circulação no país; o inglês está presente. E isso é bom, não é? Não, nem um pouco!
É sim importante ensinar a língua inglesa nas escolas, não questiono isso. Porém, não concordo com o fato desta ser preferida em relação à língua espanhola, por exemplo. Qual é o fundamento de tal privilégio? Vejamos: a língua espanhola, preterida e à beira da extinção nas escolas brasileiras, é simplesmente a língua oficial de quase todos os países que limitam com terras brasileiras. A América do Sul é um continente dominado pela língua espanhola; e a cultura brasileira tem muitos traços dos povos latinos que nos cercam.
O mínimo que se espera é que nossas crianças aprendam a se comunicar de forma eficiente com nossos vizinhos, que cedo ou tarde visitarão. Mas quem tem o poder de mudar parece não ter capacidade (ou conveniência) para o fazer.
- Autor: Gerson Dickel
- Imagens: Ilustrativa