Taxação do aço brasileiro pode parar na OMC.
União Europeia ignorou os argumentos dos negociadores nacionais e passou a aplicar uma nova barreira.
Apesar do amplo esforço do governo brasileiro para evitar ser alvo de sobretaxas no aço, a União Europeia ignorou os argumentos dos negociadores nacionais e passou a aplicar uma nova barreira contra as siderúrgicas brasileiras. As medidas entraram em vigor no sábado e, nos bastidores, empresas e membros do governo avaliam agora uma disputa nos tribunais internacionais para tentar derrubar a barreira.
No dia 4 de janeiro, a Comissão Europeia já tinha notificado a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que investigações iniciadas ainda em março de 2018 revelaram que produtos importados no setor do aço estavam afetando de forma negativa o bloco europeu. A investigação foi aberta depois que o governo de Donald Trump decidiu erguer barreiras ao aço mundial, criando distorções e inundando a Europa com a produção que teria o mercado americano como destino. Entre 2013 e 2018, os europeus alegam que os produtos importados passaram de uma fatia de 12% do mercado local para 18%.
Em volume, a importação praticamente dobrou. As investigações apontaram que a importação de aço para a Europa "aumentou de forma significativa" e que a tendência é de que esse volume cresça ainda mais. No total, 26 produtos do setor siderúrgico passaram a ser sobretaxados. A China, por exemplo, passou a sofrer restrições em 16 produtos diferentes, contra 17 da Turquia e 15 da Índia. No Brasil, o impacto é menor: sete dos 26 produtos.
- Autor: Correio do Povo
- Imagens: Ilustrativa