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Uso de agrotóxicos está ligado a casos de câncer

Data da Noticia 20/04/2015

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomendou, neste mês, a redução progressiva da utilização de agrotóxicos nas plantações. De acordo com o instituto, a exposição aos pesticidas está ligada a casos de câncer. Até então, o Inca nunca havia se pronunciado a respeito da questão, que já vem sendo debatida no Rio Grande do Sul.

 

O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O consumo médio mensal chega a 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante. Em 2001, a comercialização do produto no País movimentou um total de US$ 2 bilhões. Dez anos depois, em 2011, esse valor saltou para US$ 8,5 bilhões. O Inca atribui esse aumento à liberação do uso de sementes transgênicas, uma vez que elas exigem grandes quantidades de veneno. No Estado, o consumo chegou a 85 milhões de litros em 2010. A média é de 8,3 litros por habitante, o dobro da nacional, que é de 4,5 litros por pessoa.

 

Intoxicações agudas provocadas por agrotóxicos atingem principalmente trabalhadores rurais, que sofrem cólicas, diarreias, dificuldades respiratórias e convulsões. A exposição prolongada, além de oferecer risco à vida, pode causar infertilidade, impotência, aborto espontâneo, malformações e câncer. Em 2013, foram 5.500 casos de intoxicação registrados, número que pode não ser exato, uma vez que os sintomas são, muitas vezes, confundidos com os de uma virose.

 

No Rio Grande do Sul, já existe uma preocupação em discutir o tema. Neste mês, o Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (Fgcia) realizou a primeira audiência do ano, em Ijuí, para debater as consequências dos excessos na saúde e no meio ambiente. No município do Noroeste gaúcho, o consumo é de 650 litros por ano e a média anual é de 20 litros por habitante. Mais duas audiências, ainda sem data definida, estão previstas para a discussão do tema.

 

O procurador de Justiça e coordenador adjunto do Fgcia, Carlos Paganella, expôs preocupações contundentes em relação ao assunto. O receituário agronômico, expedido por agrônomos e técnicos agrícolas, nem sempre é respeitado. "O fórum propõe que o Conselho Regional de Engenharia ou outro órgão de classe passe a editar normas ou mapa para que os engenheiros agrônomos estejam presentes no momento da aplicação do agrotóxico", enfatizou. Ele também frisou a importância da notificação ao Centro Estadual de Vigilância Sanitária, por parte de profissionais que trabalham junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), dos casos em que pacientes apresentam sintomas de intoxicação por  agrotóxicos. Quando há uma suspeita não confirmada, a notificação também deve ser realizada.

 

Militante da causa, o deputado Edegar Pretto (PT) elaborou três projetos de lei que buscam a redução e a normatização do uso de agrotóxicos. Um deles, o Projeto de Lei nº 44/2015, obrigaria a indicação do uso dos produtos no rótulo de alimentos que, durante a fabricação, tenham sofrido contato com qualquer tipo de veneno. Outro proibiria o uso e a comercialização do agrotécnico 2,4D, considerado um dos produtos mais tóxicos e que não possui antídoto. Já a proibição da pulverização aérea é a pauta do terceiro projeto.

 

"Temos dados de que apenas 30% do veneno que cai de um avião atinge o alvo. Os outros 70% são espalhados pelo vento", explica. "Os ventos não respeitam divisas. Os agricultores não podem jogar veneno por aí sem regulamentação ou critério." De acordo com Pretto, muitos produtores e agricultores não têm interesse em utilizar os produtos nas lavouras, mas são obrigados, uma vez que o vento espalha o veneno jogado de aviões.



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  • Autor: Jornal Do Comércio
  • Imagens: Internet

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