¿Dónde jugarán los niños? e o alerta para a destruição da natureza
No mês de julho de 2016, a banda Maná, junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento promoveram um concurso, onde pessoas do mundo todo poderiam gravar um vídeo clipe da música “¿Dónde jugarán los niños?”, gravada em 1992, e o melhor vídeo seria o selecionado para ser o vídeo oficial da canção. A intenção era demonstrar como o desenvolvimento humano afeta negativamente o meio ambiente.
Selecionamos esta música para fazer parte da coluna desta semana. Como a mesma é em espanhol, foi feito uma tradução e colocada ao lado.
¿Dónde Jugarán Los Niños? Onde brincarão as crianças?
Cuenta el abuelo Conta o avô que
Que de niño el jugó Que quando era menino ele brincou
Entre árboles y risas Entre árvores e risos
y alcatraces de color E alcatrazes coloridos
Recuerda un río Lembra-se de um rio
transparente si olor, Transparente e sem cheiro,
Donde abundaban peces, Onde abundavam peixes,
no sufrían ni un dolor E não sofriam nenhuma dor
A música inicia com uma pessoa contando histórias que ouvia de seu avô, que quando criança costumava brincar na natureza e interagir com os animais, e que os rios eram muito limpos e ali haviam muitos peixes.
Cuenta el abuelo Conta meu avô
de un cielo muy azul, De um céu muito azul,
En donde voló papalotes Onde empinou as pipas
Que él mismo construyó Que ele mesmo construiu
El tiempo pasó O tempo passou
Y nuestro viejo ya murió E nosso velho já morreu
Y hoy me pregunté E hoje me perguntei
después de tanta destrucción Depois de tanta destruição
Seu avô construía pipas e brincava com elas sob um céu límpido e azul. Porém, com o passar do tempo seu avô veio a falecer, e lembrando-se de tudo isso, vendo a destruição da natureza, a pessoa da música começou a refletir.
Dónde diablos jugarán los pobres niños? Onde diabos brincarão as pobres crianças?
¡Ay ay ay! Ai ai ai!
¿en dónde jugarán? Onde elas brincarão?
Se esta pudriendo el mundo Se o mundo está apodrecendo
Ya no hay lugar Já não há um lugar
A canção expressa em um tom de indignação, a ideia que no meio de uma natureza em extinção, não existe mais lugar para as crianças brincarem.
La tierra está a punto A terra está a ponto
de partirse en dos De se partir em duas
El cielo ya se ha roto, O céu já se rompeu,
ya se ha roto el llanto gris Já se rompeu em pranto cinza
La mar vomita rios de aceite sin cesar O mar regurgita rios de lixo sem cessar
Y hoy me pregunté E hoje me perguntei
después de tanta destrucción Após tanta destruição
A música foi escrita em 1992, fim da guerra fria, onde o mundo estava dividido ao meio, com conflitos entre a antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas e os Estado Unidos da América, e isto é relatado na música, quando o autor diz que a terra “está a ponto de partir-se em duas”.
Também temos a ideia de poluição neste parágrafo, o pranto (choro) cinza descrito na música, pode ser interpretado como chuva ácida, água poluída pela queima de detritos tóxicos que ocasionam as fumaças que cobrem as grandes metrópoles. A poluição das águas também são descritas aqui, pois sabemos que grande parte dos dejetos humanos são descartados no mar.
¿Dónde diablos jugarán Los pobres niños? Onde diabos brincarão as pobres crianças
¡Ay ay ay! Ai ai ai
¿En dónde jugarán? Onde elas brincarão?
Se esta pudriendo el mundo Se estão queimando o mundo
Ya no hay lugar Já não há um lugar
¿Dónde diablos jugarán los pobres nenês? Onde diabos brincarão os pobres bebes?
¡Ay ay ay! Ai ai ai
¿En dónde jugarán? Onde eles brincarão?
Se esta partiendo el mundo Se estão repartindo o mundo
Ya no hay lugar Já não há um lugar
A música tem a ideia de conscientizar seu ouvinte a perceber os impactos da poluição causada pelo ser humano e seu desenvolvimento, e como a mesma impacta o meio ambiente de tal forma, a não existir mais lugares para as crianças se divertirem na natureza. Além disso, o alerta também é para o futuro, pois se as crianças já não tem onde brincar, quando as mesmas crescerem, existirá lugar para sobreviver de forma saudável em meio a tanto desenvolvimento?
João Dalbosco. 24 anos, estudante de história, músico e amante da literatura.
- Autor: João Dalbosco
- Imagens: Internet